quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Escalada no Setor São Pedro

Texto retirado do blog do Sapo, fonte: http://climbadventure.blogspot.com/


Mas assim que o Filipe me convidou para conhecer o setor não pude resistir, logo já estava com a mochila pronta! Com a parceria do Kraus que me pegou as 5:30 da matina aqui no bote em Laguna pude mais uma vez estar em contato com essa galera parceria!

O setor São Pedro já é um dos setores principais da serra geral de SC , Para chegar ao setor se faz uma parte da trilha dos tropeiros, um dos principais acessos aos campos de cima da serra utilizada por décadas!! Cortando cânions rios e campos (em breve um relato específico sobre a trilha aqui no blog)
Quando avistamos a pedra logo já pude constatar o potencial do lugar uma imponente rocha que se ergue no vale!
Logo após pegar uma deliciosa água direta da vertente e passar pelo Abrigo São Pedro seguimos a trilha até a base das vias. Chegando na base das vias a reação não pode ser diferente! Alucinante!
Estávamos acompanhados pelo Filipe de guia, o Renato e a Fernanda e a Galera do Grupo Aventura de Palhoça (Kraus, esposa e o sobrinho (Luan rsrs) e eu de Laguna.
Logo batemos um rango enquanto descansávamos e já fomos planejando as vias que iríamos escalar.
O Filipe levou o Kraus e família para a via Caio logo o Renato já me convida para fazer a via Dona Julia....e já fala na seqüência...e se fizéssemos a via Lacata? Uhmm...fechado!!!

Então já fomos para base da via Lacata e logo o Renato se candidatou para guiar a primeira cordada, pois já tinha feito a cordada e tava com ela entalada,,,,, hehehe coisas da escalada, na ultima tentativa tinha tido uma queda no esticão que mais parecia um vôo, mas dessa vez tudo certo, saiu guiando em ritmo de quem sabia o que tava fazendo com muita classe dominou o platô e logo já tava na parada, depois de uns 25metros de uma linda escalada.

Então sai escalando de segundo e logo já fui me acostumando com a rocha, um arenito com uma consistência que a muito não tocava. Logo já fui buscando na memória o arenito que foi meu campo escola - Ivoti no RS - e a primeira cordada já se parecia muito com a Via das Rosas um das tradicionais do campo escala Bhene no RS.
Bom, ai todo mudou......cheguei na parada e o Renato passou a segunda cordada para mim...pois ele já tinha resolvido seu problema com a via...e eu só curti uma escalada tranqüila de segundo naprimeira cordada..um passeio.
Mas como tudo mudou? Simples...peguei a ponta da corda.... sai da parada logo costurei um grampo....fator 2 evitado, escala mais um pouco outro grampo, que beleza. Mas ai comecei a escalar...escalar e escalar...e la de vez em quando tinha um grampo hehehhe escalava escalava e escalava quando de repente achava um grampo ashahsha, resultado uma linda via onde o sangue corre rápido pelas veias!Uma escalada tecnicamente fácil, mas comprometida...cada movimento em seu lugar....

Estiquei uns 35 ou 40 metros até a ultima parada esperei o Renato chegar de segundo, curtimos um visual sem preço! A uns 60 metros do chão em uma via alucinante.
Para completar ainda fomos brindados com umas fotos tiradas do rio pelos nossos amigos Bode e Jr que no dia estavam fazendo a trilha do rio! Dois rapeis e logo estávamos no chão!!
Onde Logo fomos para o acamps com a boca la na orelha e o dia já ganho.....dei de cara com o Filipi tirando o maior ronco kkkkkkk pois já tinha feito muito esforço no dia escalado a via Caio depois escalado uma arvore para tirar fotos nossas na via Lacata kkkkkkk
Após acordar o amigo, combinamos em escalar a via Dona Julia, mas antes lembrei do Tatu que uma vez tinha me falado para escalar essa via conquistado por ele e que leva o nome do filho dele, aproveitei e logo entrei, linda via!
Quando terminei de limpar a via só tava eu no setor, parti para Dona Julia e o Filipi coloca pilha! – Vai sapo! Ai tu vai ver bem o que é o arenito da serra! La fui eu, mas meio desconfiado pela platéia que se arrumava nas arquibancadas e de capacete cogitei de não escalar e fui consolado pela Fernanda Vai La que essa é via das mulheres!! KKKK
Então tomei coragem catei umas costuras longas e entrei na marvada! Pega daqui pega dali e costura a primeira. Feito, no chão não caio mais, logo costura de novo mais um movi e já se quebra os pés heheeh ai vi o arenito que me aguardava....que distancia um grampo do outro! Arenito podre esticão, resultado de tudo: uma escalada delicada e tensa, mas gratificante ai costurar a parada e saber que não quebrou mais nada de agarras, baita sorte eu tive.
Para mim essa escalada teve  um significado diferente. Sai de casa apenas com uma mochila de 35 litros e equipamento básico, uma corda e 12 costuras longas. Um alivio não carregar pecas moveis e equipamento de conquista nas costas.
Repetir via como a Lacata nos fazem refletir quanto e como estamos evoluindo....
A via caio mostra o estilo de conquista da serra. Passa o crux depois costura, conquista é assim mesmo. E a via Dona Julia nos apresenta o Arenito da serra.
Os agradecimentos por essa escalda são muitos. Aos conquistadores das vias do Setor.
Aos Parceiros Filipi,Renato, Fernanda, Kraus e família e a minha querida Su que sempre me apóia nessas indiadas sendo estando ao meu lado, sempre falando vai lá Negao!!!
No sábado a noite a festa de confraternizacao foi na casa do Renato..a beira do fogão a lenha comendo pinhao, risoto e tomando um vinho, dando muitas risadas após um dia perfeito.
Gostaria de aproveitar o espaço para elogiar o alberge na casa do Filipi rrssrs que tem sido minha segunda casa kkk atendimento 5 estrelas.
Por tudo isso escalo e espero estar sempre em contato com as pessoas citadas acima.
Um Grande abc do sapo!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Cume na Serrinhaaaa

Convidei o Sapo para conquistar via no Canion da Serrinha, 6 horas depois ele estava na minha casa com a mochila cargueira até a boca. A princípio a idéia era entrar numa linha do lado do acampamento, mas antes mesmo dele chegar na minha báia eu vi outra linha óbvia, praticamente um caminho até o cume. Mostrei pra ele e já estava planejado a ação da empreitada, é cume.
Já no acampamento sábado demanhã cedo, passei um café e começamos a arrumar as parafernalhas, já me enfiei na frente e falei que a 1ª cordada era minha, saímos do camp, andamos 5min e chegando na base da via que tinha mato na saída vimos que com a chuva o mato desceu tudo, a parede estava limpa nos 1ºs metros, olhei a fenda, ainda longe, e a boca foi na orelha, -perfeito, vou sair em livre. Cheguei de frente pra fenda e ví que não tinha nada, só um risquinho de uns 15m, só entrava piton, rurp, pecker num arenito podre, toquei esses 15m com algumas proteções ruins e outras mais ou menos e o Sapo filmando cada peça que eu testava esperando vim tudo pro chão, hehhehehe, frase dele: "O meu, vamos pensar positivo, vai decipar a força nessas proteções até o chão, ai tem esses galhos aqui embaixo, tranquilo, mete pra cima.", só parou de falar, se levantou e foi uns 3m pro lado, kkkkkkk. Aí eu fiquei aliviado e não olhei mais pra baixo.


artificial na saída da 1ª enfiada

A história toda começou mais ou menos por ai, 1ª tirada do pé do chão já foi duvidosa. Primeira cordada foi quase toda em artificial, e o que foi livre foi trepa mato, kkkkkkkk. O Sapo pegou a ponta da corda na 2ª enfiada, passou um teto lindo cotado em 7b/c em móvel e tocou mais uns 15m até uma árvore, diz ele que estava aliviado por causa da proteção antes de virar o teto.


O que faz a força psicológica ein, beeem protegido, kkkkkk

Visão da P2

Me equipei com um monte de peças e toquei pra cima, escalei 35m e não usei uma peça, só foi pra engalhar tudo, todas as proteções foi em árvores. No final desta cordada eu cheguei em um diedro alucinante, 30m de peças do #1 ao #6 repetidos, o final é um off-with levemente negativo sem agarras nenhuma. Mas esse trecho só foi tocado pra cima no domingo, até na base do diedro 70m de via.

                                                                     eita coisa linda esse diedro



 Logo após a parte que a fenda do diedro fica larga, começa o mato e tapa a fenda, aí que a coisa começa a complicar novamente, 8m pro lado direito outra fenda com árvores, a saída era migrar pra lá. Iniciei a travessia em movimentos bem fáceis até acabar as agarras a 1,5m de uma árvore e a 6m pra direita de minha última peça, fiz um movimento rápido pra alcançar o pé num platô e juntei as mãos numa agarra beeeem ruim, o platô começou a descer, eram apenas bromélias, e a corda trancar por causa do arrastro da travessia, além de que o Sapo não me via, consegui pegar num galhinho que me deu equilíbrio e me puxei em direção a árvore, só me agarrei na árvore o platô caiu. Uma queda ali seria muito complicado, seria um voo de uns 12m em direção ao diedro, e bem provável de costas. Passado o perrengue foi só alegria, mais uma cordada de 40m bem fácil até o cume. Mas como foi só sofrimento desde o começo, assim que chagamos no cume chegou um temporal e tivemos que descer na chuva e o rapel foi complicado de achar, pois tinhamos que descer pela linha do diedro.
Resumindo tudo o que falei: via épafude D4 6º VIIb/c E2/3 A2 150m 1º cume na Serrinha. Parceria de Sapo, Filipe e os móveis infalíveis, nenhum pino batido em toda a via, ah, agora com parceria de um bolo de fitas também, kkkkkkkkkkkkk.
Sapo no Cume
Filipe no cume


Para um bom montanhista só o cume interessa!!!